
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Exposição de Alcides Baião

terça-feira, 26 de junho de 2007
Comendador Joe Berardo
A Memória dos factos
O ano 1975 constitui um marco na História recente de Portugal.
- Foi no seu decurso que a independência dos territórios portugueses em África foi reconhecida «de jure» pelo Governo Português.
- Foi no seu decurso que centenas de milhares de pessoas que tinham a sua vida estabelecida e estabilizada nesses territórios rumaram a este quadrilátero europeu, de mãos vazias que não de ânimo.
- Foi no seu decurso que o Governo Português preferiu as coisas às pessoas, nacionalizando terras e empresas detidas por cidadãos seus e retirando a nacionalidade portuguesa a quem não havia conhecido outra até então. Ainda hoje muitas dessas pessoas e seus descendentes permanecem entre nós em situação considerada ilegal em razão daquela decisão, atentatória do mais elementar dos direitos humanos.
Para que a memória se não dilua pelo assentar da poeira do tempo, é minha intenção ir evocando aqui alguns dos actos e dos factos que em meu entender foram marcantes no não muito distante ano de 1975.
Junho 1975
2 — Declaração do ministro da Indústria e Tecnologia. De terem sido fixados os preços de venda ao público dos combustíveis liquidos a partir de1 de Abril 75
— Resolução do Conselho de Ministros. Estabelece normas provisórias para a instalação e funcionamento inicial da Assembleia Constituinte até à entrada em vigor do respectivo Regimento, aprovadas pelo Conselho de Ministros na sua sessão de 30 de Maio de 1975.
D. L. n.° 272/ 75. Revoga o D. L. n.° 44 062 de 28 de Novembro de 1961 — Determina que, sempre que detectados, seja obrigatória a reabertura dos processos em que, por virtude da aplicação do referido decreto-lei, tenham sido isentos de pena ou havidos como tendo agido em legitima defesa membros da ex-Legião Portuguesa.
— Abertura da Assembleia Constituinte. O Presidente da República, Costa Gomes discursa.
4— D. L. n.° 274/75. Estabelece medidas relativas à necessidade de obstar à criminalidade no domínio do furto de automóveis e contrafacção dos respectivos ele-mentos identificadores.
— Resolução. Designa o vice-almirante José Baptista Pinheiro de Azevedo para desempenhar interinamente as funções de Presidente da República.
— Port.a n.° 337-A/ 75. Introduz alterações na redacção de vários artigos do Estatuto do Oficial do Exército.
— Presidente da República Costa Gomes inicia uma visita oficial a França.;
4— Resolução do Conselho de Ministros. Adopta várias providências relativas ao empreendimento de Cabora Bassa.
— D. L. n.° 276-B/75. Autoriza o ministro das Finanças a transferir, em nome do Estado, para a sociedade concessionária que se constitui para a exploração do aproveitamento hidroeléctrico de Cabora Bassa, as posições contratuais do Estado português.
— Despacho. Cria a Comissão Coordenadora da Reorganização dos Serviços da Dívida Pública e indica a sua constituição.;
O presidente norte-americano Gerald Ford visita o papa Paulo VI
5 – Num referendo, 67,2% dos ingleses aprovam a permanência do reino Unido na CEE ; Reabertura do canal do Suez, encerrado em Junho de 1967, desde a Guerra dos Seis Dias com Israel
— A Grécia solicita a sua adesão à CEE ; Independência de Cabo-Verde
— D. L. n.° 278/75. Cria o Gabinete de Planeamento da Região dos Açores.
- D. L. n.° 280-A/75. Nacionaliza a sociedade Metropolitano de Lisboa, SARL.
— D. L. n.° 280-B/75. Nacionaliza a Empresa Geral de Transportes, SARL.
- D. L. n.° 280-C/75. Nacionaliza vários grupos de empresas de transportes públicos (num total de 54 empresas de transportes de passageiros e mercadorias).
— Port n.° 338-A/75. Introduz alterações no Estatuto do Oficial da Força Aérea.
6 — O CR determina a reabertura do jornal República, que será entregue à administração.
— Manifestação em Ponta Delgada exige o afastamento do Governador Borges Coutinho, do MDP/ CDE. Pouco mais tarde será a perseguição aos partidos de esquerda.
7 — Resolução do Conselho da Revolução. Determina que o SDCI seja dirigido superiormente por três membros do CR, os quais terão, para todos os efeitos, competência igual à de ministro.
9 — Início dos trabalhos da Assembleia Constituinte. Henrique de Barros, do Partido Socialista, é eleito Presidente.
— Aristides Pereira, secretário-geral do PAIGC, visita oficialmente Portugal.
11— Port.ª N.° 359/75. Fixa os limites a observar na venda, a residentes em territórios nacional, de notas e moedas metálicas estrangeiras com curso legal nos respectivos países e de outros meios de pagamento sobre o exterior, para despesas de viagem e turismo.
12 — D. L. n.° 288-C/75. Cria a Empresa Pública Rodoviária Nacional.
– Independência de São Tomé e Príncipe ;
– Confrontos em Luanda entre facções políticas rivais causam 300 mortos
— Reúne-se em Portugal o Comité de Descolonização da ONU (Comité dos 24).
— Decorrem (até 15) as negociações entre Portugal e Cabo Verde, representado pelo PAIGC, sobre a descolonização de Cabo Verde, estando prevista a eleição da Assembleia Nacional daquele território em 30 de Junho de 1975.
— Resolução do CR. Nomeia a Comissão do MFA prevista em C.2 da Plataforma de Acordo Constitucional com os Partidos Políticos.
— D. L. n.° 287/ 75. Estabelece medidas relativas a acautelar os interesses dos cidadãos nacionais residentes no estrangeiro em situação militar irregular.
— D. L. n.° 288-B/ 75. Concede o grande colar da Ordem do Infante D. Henrique à Sr.a D. Elena Ceausescu, esposa do Presidente da República Socialista da Roménia.
- O Supremo Tribunal de Allabbad, na India, anula, por corrupção, a eleição de Indira Gandhi, em 1971, o que implica que a primeira ministra não pode desempenhoar funções durante 6 anos; A Grécia solicita a sua adesão à CEE
13 — O Presidente da República inicia uma viagem oficial à Roménia.
14 — Roubo de armas de Santa Margarida que origina vasta operação stop em todo o País.
— Comunicado do Episcopado sobre o momento presente, colocando reservas ao processo revolucionário.
16 — Na data marcada para a reabertura das instalações do jornal República não há acordo com a administração, sendo reaberto o jornal, onde entram apenas os trabalhadores. Até 10 de Julho será o impasse.
— Realiza-se a Cimeira de Nakuru, Quénia, com a participação dos três movimentos nacionalistas angolanos. É celebrado um acordo que prevê a realização de eleições, mantendo-se a data de 11 de Novembro para a independência.
Contudo, em Angola prosseguem os combates entre a FNLA e a MPLA, enquanto se intensifica o fluxo de retornados para Portugal.
— D. L. n.° 292/75. Garante, com determinadas excepções, uma remuneração de montante mensal não inferior a 4 mil escudos a todos os trabalhadores por conta de outrem.
— D. L. n.° 293/75. Extingue os Grémios Facultativos que dentro de 60 dias não se transformarem em associações patronais.
— D. L. n.° 294/ 75. Garante uma remuneração mínima mensal de 4 mil escudos aos trabalhadores da função pública e adopta outras providências relativas aos mesmos trabalhadores. ;
Nas eleições gerais em Itália, a Democracia Cristã obtém 35,3% dos votos e o Partido Comunista 33,4%
17 — D. L. n.° 294-B/75. Extingue o Tribunal Militar Territorial de Cabo Verde.
— Manifestação dos Conselhos Revolucionários de Trabalhadores.
18 — Despacho. Cria uma comissão de investigação ao caso do navio “Angoche”.
Comunicado do COPCON sobre o caso do jornal República, apoiando os trabalhadores.
— Manifestação e contra-manifestação frente ao Patriarcado devido à situação na RR, com incidentes graves. O PS, através do seu porta-voz Sottomaior Cardia, apoia a Igreja Católica. 19 — O CR aprova o Plano de Acção Política.
— D. L. n.° 296/75. Extingue, entrando imediatamente em fase de liquidação, o Grémio Nacional dos Bancos e Casas Bancárias.
— Comunicado do COPCON justificando a sua actuação na manifestação no Patriarcado.
— Comunicado da Secretaria do Patriarcado e do Conselho Permanente do Episcopado sobre a RR.;
C. Tsatos é eleito presidente da República da Grécia
20 — D. L. n.° 299/ 75. Estabelece normas destinadas a coordenar o funcionamento do Governo. — Manifestação do Partido Socialista de apoio ao Plano de Acção Politica aprovado pelo Conselho daRevolução.
— Comunicados de vários partidos face aos acontecimentos frente ao Patriarcado em 18 (documentos do PS, PCP, PPD, UDP).
— D. L. n.° 301/75. Extingue a Inspecção-Geral de Créditos e Seguros.
21— D. L. n.° 306/75. Extingue, entrando imediatamente em fase de liquidação, o Grémio dos Seguradores.
24 — Despacho. Constitui uma comissão de coordenação das negociações no domínio económico e financeiro com os novos Estados.
— D. L. n.° 308-A/75. Estabelece normas sobre a conservação da nacionalidade portuguesa pelos portugueses domiciliados em território ultramarino tornado independente.;
Um boeing despenha-se perto de Nova Iorque, provocando mais de 100 mortos.
25 — Port.a n.° 387/ 75. Introduz alterações ao Estatuto do Oficial da Armada.
— Realizam-se em Lourenço Marques (Maputo) as cerimónias da independência de Moçambique. Vasco Gonçalves chefia a delegação portuguesa.
– Moçambique torna-se independente
26 — D. L. n.° 310/75. Introduz diversas modificações no Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas.;
Indira Ghandi não aceita o veredicto do Supremo Tribunal, proclama o estado de sítio e faz prender os chefes políticos da oposição, excepto os comunistas pró-soviéticos.
27 - D. L. n.° 314/ 75. Determina a aplicação de várias sanções aos militares que pelas suas actuações contribuam para a discórdia e a divisão nas Forças Armadas e prejudiquem o bom desempenho das especiais responsabilidades e tarefas que lhes incumbem.
29 — Fuga de 88 agentes da PIDE da prisão de Alcoentre.
30 — D. L. n.° 329/ 75. Cria em Paris uma missão permanente a que caberá a representação de Portugal junto da UNESCO
D. L. n.° 329-A/75. Introduz alterações no Estatuto dos Oficiais das Forças Armadas, aprovado pelo D. L. n.° 46 672 de 29 de Novembro de 1965.
D. L. n.° 329-B/ 75. Cria o Serviço de Informática do Exército (SIE).
D. L. n.° 329-C/75. Demite da corporação dos oficiais da Armada, desde 25 de Abril de 1974, o almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás.
D. L. n.° 329-E/75. Determina que aos militares na efectividade de serviço seja abonado, em cada ano, um subsídio de férias.
— Decorre a Cimeira de Macau sobre a questão de Timor com a participação de delegações de Portugal, UDT e APODETI. A FRETILIN não comparece por discordar da participação da APODETI. O comunicado final anuncia a formação, a curto prazo, de um Governo de Transição presidido por um Alto-Comissário português, bem como de um Conselho de Governo, que preparará a lei eleitoral que decidirá o futuro de Timor, independência ou integração na Indonésia.
— Portugal estabelece relações diplomáticas com a Guiana.
— Novos combates em Luanda envolvem pela primeira vez os três movimentos nacionalistas. No Norte a situação continua tensa, combate-se intensamente na capital do Uíge e o MPLA parece dominar os acontecimentos em Cabinda.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Estamos pertante um Estado Social?

Incredulidade foi a primeira sensação que me assaltou quando me contaram a seguinte «história».
Em 1995 ocorreu um dos muitos acidentes de viação que infelizmente se continuam a verificar com demasiada frequência nas estradas portuguesas. Um homem de meia-idade, trabalhador anónimo que seguia pela berma da estrada foi atropelado, tendo falecido de imediato. Cumprindo a obrigatoriedade imposta por lei, a viatura encontrava-se abrangida por seguro contra terceiros.
A vítima encontrava-se abrangida pelo sistema de segurança social oficial instaurado pela previsão da Constituição da República Portuguesa, para o qual descontava mensalmente o quantitativo que lhe havia sido fixado em função da actividade que desenvolvia e dos réditos que dela obtinha.
Porque o sistema de segurança social prevê a protecção dos trabalhadores e suas famílias em diversas situações, entre as quais a de morte, veio entretanto a viúva a requerer a correspondente pensão de sobrevivência. O que lhe foi deferido, tendo-lhe sido arbitrada pelos serviços de Segurança Social uma pensão, cujo quantitativo se situava entre os 130,00 e os 140,00 euros mensais.
Não interessa para o resto da história a bondade das razões que levaram a companhia de seguros a não aceitar de imediato a sua responsabilidade na morte ocasionada pelo acidente. Não seriam, contudo, muito sólidas tais razões: não conformada com elas, a viúva levou a matéria a tribunal, para o que teve de contratar os serviços de um advogado. Volvidos anos (como é da praxe), o tribunal, examinando os factos e atendendo ao mérito da argumentação desenvolvida pelas partes, veio a condenar a companhia de seguros a pagar indemnização aos familiares da vítima mortal. Indemnização quantificada em, por um lado, danos patrimoniais e, por outro, danos não patrimoniais. Decisão que foi acatada pela ré.
Há dias, decorridos cerca de 12 anos sobre o acidente de viação, a viúva recebeu da Segurança Social a comunicação de que a pensão de sobrevivência que lhe havia sido arbitrada (não me foi referido quando lhe começou a ser paga) deixaria de lhe ser abonada até que se verificasse a sua concorrência com o valor de cerca de vinte mil euros, recebido da companhia de seguros a título de indemnização (suponho que por danos patrimoniais).
Tudo sob invocação de certas disposições de uma lei que em 1984 definiu as bases em que assenta o sistema de Segurança Social (Lei nº 28/84, de 14 de Agosto) e que, a despeito das últimas reformulações, se mantêm em vigor.
Terão, assim, os serviços da Segurança Social zelosamente aplicado a lei ao tomarem conhecimento desta «aberrante» situação (o cerco às «fraudes à lei» vai sendo apertado por via das novas tecnologias e da imposição às empresas de lhe reportarem determinadas factualidades).
Ao dar corpo a esta triste e mesquinha história, não é minha intenção fazer exegese jurídica, para a qual de resto não tenho a necessária competência.
Com o caso apenas pretendo pôr em realce que o Estado, a despeito de exigir que empregadores e trabalhadores contribuam para o seu sistema de Segurança Social a fim de poder assegurar a estes últimos e a suas famílias protecção em determinadas situações (oh!, como é «limite» a situação de morte!), ao fim e ao cabo se escuda no cumprimento de obrigações assumidas por terceiros e decorrentes de negócio jurídico em que ele não foi comparte e de que objectivamente não é beneficiário, para se escusar a prestar a protecção que virtuosamente proclamou.
Não me parece minimamente razoável que o cumprimento por um terceiro de uma obrigação que este voluntariamente assumiu possa servir de justificação para que eu próprio não tenha que cumprir um outro compromisso a que me vinculei.
Não gostaria que me fosse objectado com a existência de obrigações sob condição. Creio bem que o domínio em que estas obrigações decorrem se não coaduna com a invocação de «Estado Social» a que o Estado Português se arroga.
Não nos encontramos mais há vinte e tal anos atrás. Os sistemas criam-se, desenvolvem-se e evoluem para que de todo não morram.
O esquema de subsidariedade que, com particular relevo para o caso de morte, informaria o pensamento e a legislação dos anos 80 e anteriores, aliás em mitigação do princípio retributivo que deriva da prestação prévia de contribuições com finalidade pré-determinada, não me parece adequado. Para um são e justo equilíbrio social as partes devem prioritariamente cumprir as obrigações que consubstanciam contrapartidas do que exigiram.
Com efeito, hoje encontra-se em aberto todo um vasto campo em que se podem pôr questões sobre o comportamento da Administração relativamente a eventual complementaridade de esquemas de segurança social .
Face às disposições legais de 1984 invocadas para o caso de que foi contada a história, em que termos é que, em presença de contrato respeitante à protecção de idêntico interesse firmado com instituições de socorros mútuos ou com empresas privadas, as pensões de reforma ou de sobrevivência asseguradas pelo sistema estatal de Segurança Social serão abonadas? Em tal contexto, quais os efeitos dos «seguros de vida» (recorde-se que o Estado até parece estimulá-los ao admitir, em sede de IRS, a dedução dos respectivos prémios para o cálculo da matéria colectável)?
Dado que o facto e o interesse protegido são rigorosamente «os mesmos», as instituições estatais de segurança social considerar-se-ão sub-rogadas nos direitos do «lesado» até ao limite do valor das prestações que lhes cabe conceder, como (pelos vistos) sucedeu com o caso vindo de relatar?
Conviria, a todos os títulos, que esta matéria fosse devidamente dilucidada pelos poderes públicos.
Sobretudo agora, que rigor, verdade e transparência são arvoradas em mote para todas as decisões, ainda as mais polémicas; sobretudo agora, que a todo o momento nos é pedida a atenção para «as letras miudinhas» contidas em algumas cláusulas contratuais de viagens, de seguros, de habitação temporária.
Também a lei não deve conter «letras miudinhas». O sistema nacional de segurança social terá que ser o possível face ao financiamento que lhe serve de suporte. Mas terá necessariamente que ser consequente nos fundamentos sobre que assenta, nos princípios que enuncia e na sua aplicação.
A justiça é um valor demasiado elevado para ceder o passo à apregoação de uma solidariedade pouco selectiva. Esta conferirá votos, mas exaure recursos (de que maneira!) e fere a sensibilidade dos observadores da realidade social e, sobretudo, das suas vítimas, que não vêem respeitados os direitos que as contribuições que prestaram lhes devem, antes de tudo o mais, indiscutivelmente conferir.
Voltando à história que a traços largos foi relatada, em termos práticos a viúva apenas verá retomado pela Segurança Social o pagamento da sua anoréxica pensão de sobrevivência, fundada em contribuições prestadas, ao fim de um período de tempo que, se as contas que fiz estiverem certas, rondará os 12 anos.
Há que confiar na Divina Providência, que não na providência do Estado Social tão proclamado pelos poderes públicos portugueses, para que a sua «beneficiária» ainda seja viva quando tal ocorrência tiver lugar.
terça-feira, 19 de junho de 2007
Os «mistérios» dos estudos da localização do novo aperoporto de Lisboa
2 Qual o volume da sua participação no financiamento do Estudo da CIP ?
3. Em que qualidade é que tal financiamento se terá feito? (Recorde-se que Alexandre Patricio Gouveia é Director de Relacções Públicas do «El Corte Inglés» e Presidente da Fundação Aljubarrota para a qual António Champalimmaud contribui com avultados meios financeiros.)
4. O que tem sido a acção da Fundacção Aljubarrota até aos dias de hoje?
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Presidente do Sporting convocado por José Sócrates
Novidades Literárias em Julho 2007

Gótica Gone, Baby, Gone de Dennis Lehane
América a Bem ou a Mal, Anatole Lieven
domingo, 17 de junho de 2007
Perplexidades em torno da «passividade» do PCP perante o golpe do 25 de NOvembro de 1975
À passagem de mais um aniversário sobre as acções militares levadas a cabo em 25 de Novembro de 1975, mantém-se no meu espírito alguma perplexidade sobre a posição que me parece ter sido adoptada pelo Partido Comunista Português (PCP), e que classifico de “incerta passividade”, quer no que directamente se relaciona com elas quer com o período que imediatamente o antecedeu.
sábado, 16 de junho de 2007
Férias escolares das crianças e jovens
Junho
25 a 29 de Junho
Paço d´Arcos
Roda Viva. 5 aos 12 anos
http://www.rodaviva.web.pt/
25 de Junho a 7 de Setembro
Museu das Crianças traz-vos actividades de Verão no Museu de 2ª a 6ª feira
Para crianças dos 5 aos 12 anos. Temas: Artes Plásticas, Teatro, Histórias e Contos, Dança, Jogos Tradicionais, Jardinagem, Culinária, «Era uma vez... a Ciência», Segurança e Passeios em Festa.
Informações: aaha@museucriancas.com.pt
Julho
2 a 13 de Julho Segunda a sexta feira das 9h30 às 17h30
Curso de Verão no BalleTeatro Para todos entre os 7 e os 15 anos.
Praça 9 de abril, 76 4200-422 Porto
Telefone 22. 5 518 918 producao@balleteatro.pt
2 a 16 de Julho
Bairro Alto - Lisboa
Forum Dança organiza a 5ª edição do Arte Jovem para crianças e jovens dos 7 aos 13 anos.
Oferece uma semana completa de actividades artísticas e lúdicas, na área das artes: danças, teatro, vídeo, música.
Informações consultar o site http://www.forumdanca.pt/
2 a 27 de Julho
Jardim Botânico em Lisboa
Cursos Semanais de Verão para crianças dos 4 aos 13 anos
2ª a 6ª feira, das 9horas às 17h30
Temas semanais: • plantas numa roda viva: da semente ao fruto • plantas por dentro: funções vitais • plantas por fora: adaptações • plantas do dia-a-dia
• plantas em fim de Verão Actividades: visitas ao Jardim Botânico; laboratórios temáticos; compostagem e reutilização; peça de teatro/fantoches
Informação Raquel Barata Serviço de Extensão Pedagógica do Jardim Botânico - MNHN
Tel.: +351 210 170 159 Fax: +351 21 392 18 30
https://mail.impresa.pt/exchweb/bin/redir.asp?URL=http://www.jb.ul.pt/ jbactividades@museus.ul.pt
2 de Julho a 27 de Setembro (excepto fins-de-semana)
4 aos 12 anos. Das 9 h às 18 horas
Um programa de ocupação de férias original, para despertar o fascínio pelo mar e pela descoberta dos mistérios dos oceanos nos mais jovens.As “Férias debaixo de Água” permitem desvendar os segredos dos tubarões, lontras, pinguins, e muitos outros residentes do Oceanário. O programa está construído em módulos de dez dias, com temáticas diferentes, permitindo aos jovens serem aquaristas por um dia, explorar as gélidas regiões polares sem saírem deste espaço, conhecer o mar através da literatura portuguesa e, até, aprender a salvar os oceanos com o Vasco, a mascote do Oceanário. As actividades normais não param; as visitas guiadas ao Oceanário e bastidores prosseguem, assim como, os jogos sobre conservação, a canoagem no centro náutico e mais algumas surpresas. O Oceanário de Lisboa promove o conhecimento dos oceanos e sensibiliza os cidadãos para o dever da conservação do património natural através da alteração dos seus comportamentos.
14 a 24 e/ou 29 de Julho
Roda Viva. Para maiores de 14 anos
Em Paço d´Arcos
Jogos na praia, desportos, passeios, actividades criativas
OBS: «Cheque Roda Viva» é uma opção para os avós, tios, amigos oferecerem nos aniverários, passagens de ano lectivo, etc
http://www.rodaviva.web.pt/ e/ou Tel 21.3021325 mcaguiar@rodavivA.WEB.PT
16 a 20 de Julho
Crianças dos 5 aos 8 anos. Das 9h às 13 horas
Espaço Azul na Rua Duques de Bragança, 6A em Lisboa
O programa de férias consiste na criação de um filme com as crianças - envolvendo a interacção da expressão plástica com as novas tecnologias da imagem – o vídeo e fotografia. Tem como ponto de partida a criação de uma história colectiva e a exploração de como esta poderá ser transmitida em suporte videográfico. Uma introdução às várias etapas de produção de um filme, desde a escrita do argumento, à planificação desenhada das várias sequências (o “story-board”), a construção dos cenários e adereços e, finalizando, as capturas vídeo.
Cada participante ficará com um dvd do filme realizado. Meios/Técnicas Envolventes:
· Desenho, pintura e escultura.
· Exploração do Vídeo como ferramenta de expressão plástica.
· Introdução às práticas de realização de um filme.
Obs: Divisão em grupos e idades é apenas uma referência. Irmãos e amigos não srão separados
e de 23 a 27 de Julho - Crianças dos 9 aos 12 anos
Inscrições: Telefone: 96 716 671 3
Inscrições Abertas. A associação Juvemedia proporciona uma aventura ímpar a bordo do Creoula : «A Tall Ships' Race» junta navios de todo mundo - 80 veleiros e mais de 3 mil participantes - e proporciona a milhares de jovens uma experiência real da vida no mar.
Condições para participar nesta aventura: ter mais de 15 anos e saber nadar. O preço inclui a viagem, alojamento, refeições e seguro. Para mais informações contactar a Juvemedia: info@juvemedia.pt ou tel. 21 354 27 11 http://www.juvemedia.pt/
Concelho de Moura
Inscrições de 18 a 22 de Junho nos Pólos das Bibliotecas, Serviços de DASSE. Contacto luis.amor@cm-moura.pt
Jornalismo (em articulação com o Instituto Português da Juventude), arqueologia, fotografia, natação e artes plásticas serão as actividades a desenvolver, extensivas às freguesias rurais pela primeira vez este ano, com excepção de Safara, onde a autarquia apoiará as actividades organizadas pela Casa do Povo.
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Em Portugal o conceito PlayCampus durante as férias de verão dos 5 aos 17 anos
No PlayCampus os participantes vão encontrar:- programas temáticos e actividades diversificadas como slide, rappel, tiro com arco, orientação, BTT, canoagem, ateliers de expressão e elaboração de projectos, dinâmicas de interacção no grupo e na comunidade, etc;- alojamento e alimentação;- contacto regular com o meio natural e as comunidades locais
- apoio pedagógico e acompanhamento psicológico nos programas consoante as necessidades e idades dos participantes - estimulação do desenvolvimento pessoal (auto-estima, autonomia, socialização) aliada à experiência formativa e; - e muita diversão, claro!
Informações e/ou inscrições visite o site: https://mail.impresa.pt/exchweb/bin/redir.asp?URL=http://www.mizar.pt/.
Estrada de Telheiras, 159 B
1600-769 Lisboa
21 757 92 14 ana.martins@hillandknowlton.com
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Revista «Alameda Digital»

«Romancero Gitano»

quarta-feira, 13 de junho de 2007
Filhos: Workshops de Férias
O programa de férias de Verão decorrerá em duas fases, de 9 a 13 de Julho e de 16 a 20 de Julho, com turmas de expressão dramática dos 6 aos 9 anos; dos 10 aos 13 anos e dos 14 aos 16 anos.
As classes do teatro d' O Teatrão constituem o programa base de formação da companhia para crianças e jovens dos 6 aos 18 anos.
Saiba Mais :
O Teatrão - Oficina Municipal do Teatro
Tel. 239.714 013 geral@teatrao.com
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Iniciação ao Desenho e Pintura para Azulejos
Pintar em azulejo. Venha conhecer os segredos dos pinceis. Uma abordagem à tecnica clássica da pintura azulejar, um princípio à exprimentação dos materiais.
Julho Sábado
3ª e 5ª feiras
10,30h às 12h
18,30h às 20h
crianças a partir dos 8 anos
O Campo de Sant´Ana
das 15H ÀS 18H
R. Santo António dos Capuchos, nº 33, pta B
ao Campo Sant´Ana ou Metro Avenida
T: 21 88 22 919. mf_azulejos@yahoo.com.br
Derivas Governamentais Uma breve e pontual interrogação

Fora de questão está que os governos saídos da expressão da vontade popular em eleições legislativas orientem a sua acção em harmonia com as opções ideológicas e linhas programáticas de actuação que as forças partidárias correspondentes apresentaram nas campanhas eleitorais que para o efeito promoveram.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Transparências

Um salto aos sumários do Diário da República Electrónico dos dias 21 e 22 de Fevereiro revelou a actividade febril do Conselho de Ministros (nada menos que 15 Resoluções deste órgão ao mais alto nível da administração) na aprovação de minutas de contratos de investimento, e respectivos anexos, a celebrar entre o Estado Português e empresas nacionais e estrangeiras em ordem à expansão e modernização, ou instalação, de unidades produtivas destas em várias localidades de Portugal.
«Fui ver», julgando ter acesso, se não às minutas de contrato referidas, pelo menos, ainda que não exaustivamente, aos valores do investimento, aos aspectos essenciais a que se reportava, aos seus limites temporais e aos termos das correspondentes contrapartidas estatais. Que publicitação em Jornal Oficial é notícia fidedigna, clara, transparente, em que o público-alvo é toda a comunidade de cidadãos, interessada em conhecer a actividade de quem, em seu nome e para seu benefício, foi escolhido para a realização do bem comum!
E fiquei triste, porque a elucidação tentada acabou por ficar frustrada.
Os textos das Resoluções do Conselho de Ministros são, sem dúvida, ditirâmbicos. «Não era necessário!...», como acrescentaria conhecido comediante. O que nos interessava saber não está lá, senão de forma superficial e algo vaga. Curioso, contudo, o cuidado havido com a indicação do número de postos de trabalho que os investimentos permitirão criar (nem que não ultrapasse a dezena) e/ou manter.
Desconfortável sensação de vazio, de que afinal não chegou ainda o momento da transparência da actuação dos poderes públicos, de que para ao cidadão deverá bastar o anúncio, a publicidade.
Mas não é isso que ele pretende.
Ele deseja conhecer o quê, o como, o quando, o por quanto tempo.
E «os outros quantos» que resultam das isenções e benefícios fiscais, não divulgados.
De qualquer modo, apreço pelo trabalho da Associação Portuguesa de Investimento.
domingo, 10 de junho de 2007
«Visita aos Imortais»

sábado, 9 de junho de 2007
Contadores de Electricidade, Gás e Água

quarta-feira, 6 de junho de 2007
domingo, 3 de junho de 2007
sábado, 2 de junho de 2007
Reis de Portugal
Quando do anúncio pelo «Circulo de Leitores» do seu propósito editorial de publicação de uma colecção de biografias dedicadas a cada um dos Reis de Portugal (34 volumes, cartonados, sobrecapas apelativas), no meu foro íntimo levantou-se a suspeita de que ele poderia vir a constituir um belo pretexto para adorno da sala-de-visitas de muitas casa portuguesas. Uma espécie de «bibelot» que, servindo de emulação às visitas pela sua visibilidade e extensão, aparentasse um interesse dos seus possuidores pela cultura e história pátria.
Bem à vista e arrumadinhos, lidas as primeiras páginas dos primeiros volumes recebidos, estes só serão retirados das prateleiras para limpeza do pó (que, asseadas, são as casas portuguesas).
Não sei se em alguns casos assim será.
Os trabalhos produzidos não merecem de nenhum modo que esta minha visão redutora inicial possa ter acolhimento.
Ao contrário, eles constituem não só um repositório da história de Portugal de consulta obrigatória e frequente para quem queira aprofundar os seus conhecimentos históricos ou colher pormenores de uma dada época da vida da nação portuguesa, como também para despertar em outros, nem que seja por fortuito passar de olhos por um que outro volume, um indisfarçado interesse pelo passado.
Passado que, queiramos ou não, nos moldou, a nós Portugueses, em um ou outro sentidos, mesmo por vezes antagónicos. Que, em suma, nos revela o que somos, como somos, e porque o somos.
Não é impunemente que nas páginas da colecção dedicada às biografias dos Reis de Portugal perpassem quase oito séculos da existência desta unidade que é Portugal !...
Não cabe neste apontamento deixar menção especial sobre qualquer das figuras biografadas.
E muito menos tecer considerações críticas sobre a visão que os autores de cada uma delas apresentam dos seus biografados. Das qualidades humanas destes e das suas fraquezas e misérias, dos seus dotes intelectuais e dos constrangimentos concorrentes para a formação da sua personalidade, da sua acção como governantes e do modo como lidaram com a permanente imbricação dos poderes civil e eclesiástico, num Estado que teve um catolicismo eminentemente tradicionalista, eivado de algumas intolerâncias mas fortemente inscrito na consciência individual e colectiva, como religião oficial.
Mas não pode deixar de referir-se a seriedade e profundidade da investigação subjacente a cada uma das biografias produzidas (com profusa revelação e citação das fontes que lhes serviram de suporte), e um claro esforço de distanciamento por parte dos seus autores das interpretações históricas próprias das eventuais escolas ideológicas em que a sua formação intelectual se inscreva. Esta convicção fundamenta-se também na circunstância de, por força da associação do infante presuntivo sucessor às tarefas da governação explicitamente feita pelo rei ou simplesmente pelas «impaciências», rebeldias e afrontamentos do presuntivo sucessor durante o reinado de seu pai, não se mostrar visão substancialmente diferente no tratamento dado por autores diferentes a um mesmo período histórico.
Afigura-se-nos que, por esta via, a colecção «Reis de Portugal» se apresenta, a despeito da grande diversidade de autores, com uma unidade referencial assinalável.
Mérito incontestado é ainda de atribuir ao reporte feito aos eventos europeus coevos do período histórico de cada reinado. A ligação e comparação temporal dos fastos portugueses com os principais acontecimentos da Europa (e a partir do ciclo dos descobrimentos com o mundo) é imprescindível para a sua compreensão. Como igualmente o são as alianças matrimoniais entre as casas reinantes na Europa espelhadas nos quadros genealógicos contidos no final de cada volume, influentes que tais alianças foram no delineamento e na execução das políticas externas dos países europeus. Equilíbrios contingentes e instáveis é certo, e frequentemente funestos para as comunidades nacionais ou para-nacionais mais frágeis. Mas foi essa a história europeia!
Cada vez mais esquecida, maltratada e truncada como disciplina curricular do ensino nas escolas portuguesas, a História de Portugal merecia uma revisitação global por forma inédita.
Creio firme e fundamentadamente que a editora «Círculo de Leitores», contribuiu de forma notável, com a concretização do seu propósito editorial, para a acessibilidade a esta «revisitação».